esse dia sete, do sete, de dois mil e sete... ah...

Era dia sete e eu sai, fui á paroquia local, ali sabia haver um escápulário para comprar para presentear a minha irmã no dia nove ( seu aniversário). mal tinha entrado na igreja e já percebi que estava um pouco mudada, houve reformas, derrubaram uma parede ampliando o espaço para os bancos, não sei se eram novos. percebi logo também a caracteristica disposição para á missa que estava para começar. os fiés sentados com olhar de espectativa, umas senhoras na frente, dois jovens de branco tambem na frente, assim, são os tipicos ministros com um sorriso de extase ou sei lá o que, um andar zeloso, como se aquele jaleco branco os revestisse de alguma autoridade propicia para dignificar a santa missa. os demais pareciam pensar em algo obstrato, olhando para todos os lados, ou para o altar, quem vê, diria que parecem esperar um entretenimento, embora se esforcem para encontrar a santidade durante a missa, esses esforços são gestos, exaltação, beijos, cantoria, ( ah se eles soubessem que não é preciso nada disso!)
eu entrei rápido e fui direto á secretária. ali expostos chaveiros, medalhas, livrinhos, biblias, que sempre gostei de olhar. escolhi o que queria e acabei comentando com a moça:
- como está tudo mudado! o padre agora é monsenhor né?- ela me olhou e aquiesceu sem emoção.
- faz tempo que não venho aqui... disse ( há três anos não vejo missa na que deveria ser minha pároquia local) ela não falou nada. ela devia ter estranhado.
então entrou uma mulher de jaleco branco, perguntando para a moça com uma voz insegura:
- ih será que ele esqueceu?
- esqueceu não... respondeu a moça enquanto terminava de me atender. elas deviam estar falando do padre. ele devia estar se preparando.
quando saí notei o confessionário em destaque, agora depois dessa reforma. parecia que estava chamando as conciências carregadas... ornado com uma cortina branca...
- eh aqui esta bem mudado...- pensei deixando a igreja.
quando cheguei em casa, minhã mãe via o SP TV e disse que falaram no Papa. eu pensei "hoje é dia sete! é mesmo! o motu próprio! será?" esperei a reportagem, com interesse renovado. estava só eu e minha mãe e depois que a reportagem acabou me entreguei a uma comemoração solitária e fraca. as grandes notícais não tem graça sem ter alguem para comemorar junto. " mas então é isso? nenhum fogo de artificio, nenhuma emoção, nenhuma lagríma, parece até que um time mediocre marcou um gol bastante previsivel..." pensava sentada no sofá. " ah se você fosse uma boa católica, estaria chorando agora" me provocava uma voz.
É impossivel agradecer a Deus pela suma graça desse século. o que dizer? eu não tenho palavras.
a única coisa que posso e rezar humildemente meu terçinho.
sim graças a nossa Senhora é possivel vislumbrar a paróquia, aqui do bairro num futuro próximo. será mesmo verdade Deus meu que havera um dia em que não se verá mais esses caracteristicos jalecos brancos nas primeiras filas? ah essas mãozinhas afávéis, esse canto baixo de santarrão, esse sorriso ledo de usurpador... ah e tem mais, e a satarronice criativa dos músicos? ah que músicas inspiradas né? não consigo imaginar o destino daquelas caixas de som que ajudam o padre a gritar mais alto e os jovens a atingir o auge de seu talento musical ( superior!) que cantava " o pobre garoto mendigooo que só tinha a hóstia como alimentooo e se a bandeira do Brasilll como cobertoooor" . o que vão fazer com elas? e com os jalecos? vão virar objetos históricos;
- olhem senhores eram esses os jalecos que os ministros da eucaristia usavam...
- mas o que é isso? eram o que esses tais ministros?
- ah pessoas comuns que voltavam do trabalho, iam á missa e colocavam esses jalecos para distribuir o corpo de Deus... mas é claro eles tinham uma preparação para isso...
os nossos bisnetos vão cair para trás? acho que sim e se não fossem os jalecos eles não acreditaram... Deo Gratias! pouco a pouco vão desaparecer essas senhoras que auxiliam o sacerdote ( o que elas anunciam pelo microfone: palmas para o presidente da celebração padre beltrano ! clap, clap, clap!) ai, ai presidente... bem esses microfones vão ser aposentados e essas vozes que anunciam "presidentes de celebrações" também. sabe por que? porque Cristo está vivo, a igreja está viva, não depende de cansadas gerentes, cada macaco no seu galho! Deus não esta morto, esta vivo, ou o povo cristão está vivo ou morto, cadê os acólitos? cadê o povo cristão? os acolitos estão na natação, no jûdo, na balada, não tem mais povo cristão... restou quem? aquela aposentada bem zelosa... ai, ai...
vai demorar ainda para essas coisas que imaginei acontecer. mas quem sabe a reforma que fizeram na igreja aqui, não coincide com as reformas que virão e um dia eu vou entrar no santuário e não vou reconhecê-lo!
Deo Gratias!