sexta-feira, 16 de maio de 2008

as sandálias do pescador de moris west parte I


terminei o Moris West, done! falo do romance " as sandálias do pescador" Moris west sempre foi um autor que me interessou pouco, sei que as sandálias... tambem virou filme, assim como o seu grande sucesso " o advogado do diabo". o estilo de moris West não me encanta nada. sua literatura, as vezes parece um roteiro, cru e movimentado, não há muitos floreios liricos e as descrições te dão tédio... ( na minha humilde opinião claro...) mas esse livro tem coisas interesantes, se não tivessse nem teria terminado de ler... comecemos pela estória, que se resume na eleição de um papa, nos bastidores do vaticano e algumas estorias e personagens ( o jornalista americano, a ex judia amargurada, o politico degenerado, um complicações com a rota romana, etc...) que se cruzam nisso tudo. mas o que interessa mesmo é como o autor retrata o papa. esse papa que é um eslavo Kiril Lakota( importante frisar que o romance se passa na guerra fria, nõa precisando datas mas nos informando o clima de guerra fira...) escreve um diario, donde eu destaco algumas coisas interessantes...

extrato das memórias secretas de Kiril I pontifice maximo

"...o papado foi fundado por um carpinteiro de Nazare que nem sequer tinha onde repousar a cabeça e apesar disso está hoje rodeado de mais pompa do que razoável nesse mundo de famintos..."

pg-39 escrito da primeira pagina do diario do recem eleito pontifice.

em capitulos adiantes leremos que o papa eslavo ( que fora refem num campo comunista) assim empossado, entre outras preocupações que deveria comover o leitor, pretende cortar os gastos do que ele julga serem cerimonias pomposas e protocolos caros... assim se conclui que tudo ao redor do papa se simplificara no futuro, por que ele é um papa bem jovem... fato bem afinado com a realidade do pontificado de João Paulo II


..."Leone foi o de todos o que mais me irritou, esperava encontrar nele um aliado mas invés disso encontrei um critico..." pag-64

esse Leone é o cardeal "reacionário" pertence ao santo oficio, ja viu né, mas que coisa engraçada, no começo da estoria, ele se junta com um cardeal liberal, cardeal Rinaldi como num acordo para justamente realizar o que acabaram concluindo ser o melhor criterio para eleger o futuro papa, "um papa para o povo"

mas o pontifice Kiril vai sempre desconfiar dele...

e o papa do povo sai mesmo para a rua, logo no começo doseu reinado. ele quer conhecer tudo, ver tudo, e acaba conhecendo Ruth Lewin, uma judia, meio cética, meio amargurada que ele vai converter e ajudar, de inicio numa cena aventurosa que acaba com um nota no observatore romano....

esse papa quer agir, mas reconhece suas limitações, ou melhor lamenta-as como um rei que lamenta a dignidade e chama seu oficio de prisão...

alias ele considera toda a igreja como uma estrutura prisionaria, vitima de uma distinção forçada que a impele sempre para dentro de si mesma, ou seja, para longe do povo. logo num de seus primeiros conselhos com os cardeais, quando um cardeal missionario da nova Guiné lhe dá o seu parecer enquanto discutem a situação do catolicismo no mundo dizendo:

"...por outro lado contudo falhamos, por que nesse rapaz como poderei eu explicá-lo, limitamos a importancia da fé, na missao criamos lhe um pequeno mundo seguro e acolhedor... um mundo que se separou da maior parte da vinha do senhor, fizemos dele um individuo apolitico e o homem é por sua natureza um animal politico e social que tem uma alma imortal... deixamos esse rapaz em grande parte, despreparado para o dialogo que tera de travar atraves de toda a sua vida com seus semelhantes..." pag- 115

o que é que o Moris West quer dizer com isso? ele quase foi padre... diversas vezes seus personagens vão expressar opiniões que resumem a igreja como atrasada, presa, mas o que seria essa coisa que prende tanto atrasa igreja e não a permite chegar no povão?

ele está entusiamadissimo para ir para o povo:


"...quero atravesar as fronteiras da europa e os aceanos do mundo para ver o meu povo..."pag- 148

a sua primeira enciclica é sobre educação, ele está animadissimo, e quando vai pensar nos metodos de educaçõs caracteristicamente catolico, considera assim a situação das instituições educacionais (principalmente se tratando de paises do terceiro mundo)


"...cada ordem conserva ciosamente a sua tradição própria e a sua esfera de influencia no seio da igreja. a tradiçao é, muitas vezes uma desvantagem no esforço apostólico..." pag-190


seria então a tradição o que separa igreja e povão? será que o papa de Moris West nunca ouviu falar dos dons do espirito santo que são diversos, para ele as tradições de cada ordem, são apenas esfera de inflencia, questão de poder... ah então tá...


continua....


terça-feira, 13 de maio de 2008

comentário interessante sobre o pentecostes

Comentário ao Evangelho do dia feito por : Cardeal Joseph Ratzinger [Papa Bento XVI] Retiro Vaticano 1983

"Todos os ouvimos proclamar nas nossas línguas as maravilhas de Deus" (Act 2,11)
O dia de Pentecostes revela a catolicidade da Igreja, a sua universalidade. O Espírito Santo manifesta a sua presença pelo dom das línguas. Renova assim, mas invertendo-o, o acontecimento de Babel (Gn 11), aquela expressão do orgulho dos homens que querem tornar-se como Deus e construir com as suas próprias forças, isto é, sem Deus, uma ponte até ao céu, a torre de Babel. Esse orgulho provoca divisões no mundo e ergue os muros da separação. Por causa do orgulho, o homem reconhece apenas a sua própria inteligência, a sua própria vontade, o seu próprio coração; desse modo, ele já não é capaz, nem de compreender a linguagem dos outros, nem de ouvir a voz de Deus. O Espírito Santo, o amor divino, compreende e faz compreender as línguas; ele cria a unidade na diversidade. Assim, desde o primeiro dia, a Igreja fala em todas as línguas. Por isso, ela é católica, universal. A ponte entre o céu e a terra existe mesmo: essa ponte é a cruz e foi o amor do Senhor que a construiu. A construção desta ponte ultrapassa as possibilidades da técnica. A ambição de Babel devia e deve fracassar; só o amor incarnado de Deus podia responder a tal ambição... A Igreja é católica desde o primeiro instante da sua existência; ela abraça todas as línguas. O sinal das línguas exprime um aspecto muito importante da eclesiologia fiel à Escritura: a Igreja universal precede as Igrejas particulares, a unidade vem antes das partes. A Igreja universal não é uma fusão secundária das Igrejas locais; é a Igreja universal, católica, que gera as Igrejas particulares e estas não podem permanecer Igrejas senão em comunhão com a catolicidade. Por outro lado, a catolicidade exige a multiplicidade das línguas, a partilha e a harmonização das riquezas da humanidade no amor do Crucificado.