Eis que 2007 chega ao seu fim! e com ele se vai todos os romances que li! romances ou outros livros que li em todo o ano ficam para trás na história de minha tragetória literária! que triste...
resolvi escrever essa listagem tal como em meu diário, começando pelo o que li em Janeiro.
resolvi também, eleger o melhor romance de todo o 2007, em minha opinião. eis um saudável exercicio intelectual. quem seria capaz de tanto? somente aqueles que amam livros, ler e falar e escrever sobre o que leram. por isso convido a todos que se sentirem a vontade para enviar uma simples listagem de suas leituras de 2007 e igualmente seu preferido desse ano que já se vai...livros são para sempre, mas as lembranças se perdem, eis o mais triste... a minha lista pode-se considerar um documento da minha constância literária, mas não importa o tamanho das listas. o que importa é o que nos surpreendeu nesse ano de leituras...
Janeiro
A cripta dos capuchinos by Joseph Roth
As caves do Vaticano by André Guide
Fevereiro
A correspondência de Fradique Mendes by Eça de Queiroz
Adolfo by Benjamin Constant
A ilustre casa de Ramires by Eça de Queiroz
Abril
O senhor de la salle by Leo Charles Bukhard
A cidade e as serras by Eça de Queiroz
Maio
A abadia de Northanger by Jane Austen
Humilhados e ofendidos by Dostoievsky
Um Jogador by Dostoievsky
Julho
A volta ao mundo em 80 dias by Julio Verne
Agosto
Primavera by Sigrid Undsted
Setembro
A mansão Hollow by Agatha Christie
Novembro
O cão dos Baskervilles by Conan Doyle
A verdade é que queria escolher o Eça de Queiroz, a correspondência de Fradique mendes é simplemente soberba. recomendo que quem quiser descobrir o Eça não perca tempo com os seus primeiros romances de fase mais realista. esse livro foi tão bom que repeti a dose de Eça e li o seu A cidade e as serras e o seu A ilustre casa de Ramires, coisas que em geral só se lê para fazer a fuvest. mas vale a pena! eu acabei por exagerar e li até as suas anotações publicadas e artigos em dois volumes; o NOTAS COMTEMPORÂNEAS e o CARTAS DE INGLATERRA.
mas Eça é bom e ponto final. quando decidi lê-lo já imaginava o que encontraria, portanto foi bom, muito bom, mas quem me surpreendeu mesmo, que eu subestimei mesmo, foi uma autora que eu não conhecia. confesso que em geral subestimo as autoras. não tenho culpa se de certa forma, principalmente as comtemporaneas não me parecem escrever de forma universal. lamentavelmente elas escrevem para um segmento, para uma faixa etária, impossivel para mim. mas Sigrid Undsted, essa nórdica praticamente desconhecida neste país me cativou com o seu Primavera.
a história; a narrativa se apresenta no século vinte, atual, até ande uma novela situada antes da guerra podem ser. se passa na Noruega. a capital do país ainda nem se chamava Oslo. se chamava Cristiania. sendo assim, a narrativa têm um frescor principalmente quando ela nos dá o vislumbre das primaveras nos campos do país nórdico, mas também uma lugebridade quando narra os invernos nas montanhas e vales. Mas em que um amor mal correspondido pode ser novo? pode ser novo na maneira que apresenta a formação do caso, em um equilibrado grau de profundidade. vislumbramos as raízes das obscuridades dos protagonistas sem niilismo ou lirismo exagerado que acaba tornando os personagens caricaturas. a autora cria personagens que se contrariam. principalmente as mulheres. há a jovem Isabela, ousada e primeira amante de Torkild que no fundo é uma mulherzinha casadoira. há a jovem senhora rica e feminista que detesta ser casada e depois de uma aventura amorosa com seu amante jovem, e de ter pregado a independencia feminina, volta para o marido com o rabo entre as pernas.
os personagens:
Axel; é o irmão de Torkild e Dóris. irmão mais velho, criado longe deles e por isso quase um desconhecido. aparece na éstória para tentar entrar em contato com suas origens, mas acaba entrando num conflito com o irmão, na disputa pelo amor de Rosa. seu fim é patético. o seu arroubo por ganhar o coração de Rosa é fraco.
Dóris; jovem decadente e ousada, irmã de Torkild e Axel. seu fim é trágico. mas contribue para o enlance final de Rosa e de Torkild
Torkild: é o protagonista. surge como um cara ordinário e vai se revelando antes por suas armaguras do que por suas ações. é amargo mas não excêntrico. nem misterioso. comtempla a todo o tempo o seu passado familiar triste e melancolico. e a formação do seu carater vem a partir disso. personagem de uma baixa estima legitima e verossimil, que se revela nobreza no fim das contas. para completar suas desventuras, ama sem ser correspondido sua amiga de infancia Rosa. acabamos por descobrir a sua nobreza de alma bem tarde, assim como Rosa.
Rosa; personagem de uma singeleza espantosa. apresentada ao leitor, em principio pelos olhos de Torkild, uma figura feminina encantadora por toda as suas particularidades que constroem sua pessoa, fisica e espiritual. a curiosidade sobre Rosa já surge logo de antemão devido ao amor de Torkild. os motivos que a obrigam a desdenhar em principio do amor de seu amigo de infancia é uma estupenda análise dos sentimentos mais profundos de certo tipo de mulher de carater introvertido, gentil e rasteiramente sociável.
trecho;
... - Sim- respondeu ele em voz baixa - é isso mesmo. a gente chega a aspirar algo de violento e de brutal capaz de nos arrancar desta espécie de nostalgia vaga sem sentido que nos cerca como fios invisiveis que nos agarra com milhares de tentáculos e chupa-nos o sangue...